Dia produtivo
10/07/2005
Noite mal dormida, anda fazendo muito calor, coisa de 40 ou 45 graus... acordamos cedo, e corremos pro Sarai, onde Shveta disse que Karim estaria... E não estava, karim estava a 25 km de distancia em um dos cybermohalla hehehehe. Pois é, pegamos um rickshaw, e dessa vez com o taximetro ligado, se todos usasem o taximetro economizariamos muito heheh. Os motoristas cobram em média o dobro de preço da mesma corrida para um indiano, com o taxímetro ligado não sofremos tanto... Chegamos no espaço e rapidamente saimos para o outro cybemohalla o mais pobre de todos. O cybermohalla que visitamos anteriormente fica em uma região de "classe média", dessa vez entramos num favelão...
O lugar é exageradamente sujo, com animais mortos pelo chão, centenas de moscas em cadaveres e manchas no chão, milhares voando em todas as direções, como um enchame de abelhas, muitas pessoas jogando baralho, senhoras sentadas na porta de casa olhando movimento, crianças semi-nuas correndo pelas poças de lama e esgoto. Aqui os porcos e vacas se alimentam de lixo e esgoto, geralmente mergulhados em uma água verde...
Porém nessa favela não existem barracos, e as ruas e vielas são pavimentadas, é uma favela muito diferente das que vi ao pegar o metro... onde os barracos eram feitos de lona e bambu. Os moradores desse lugar, chamado Dakshin pertencem a uma casta mais alta do que os de barracas de lona, assim, mesmo sendo pobres se vestem exageradamente bem, as garotas são todas muito bem cuidadas e os rapazes bem vestidos. As casas são puxadinhos de 3,4 ou 5 andares, muito parecidas com as favelas do Rio, principalmente a rocinha.
No cybermohalla os jovens fizeram perguntas sobre o metareciclagem, fizeram perguntas cabeludas que eles mesmos respondiam, como:
"Aqui nós produzimos, audio, vídeo, animações e textos. Qual é o produto que o metareciclagem produz ?"
Depois de um tempo pensando, um outro jovem respondeu :
"Sua metodologia de trabalho é sua produção"
Há muito tempo não ouço essa expressão, uma vez acho que eu fiz essa mesma pergunta, e cheguei a mesma resposta...
Fizeram outras perguntas como :
"Como são planejados os labs ?"
"Como vcs pensam o futuro dos labs ?"
"Qual é a repercussão do trabalho do metareciclagem, nas comunidades ao redor ?"
Perguntas difíceis de serem respondidas já que cara esporo , e cada grupo tem respostas diferentes para essas perguntas.
Uma das jovens, a mais ativa delas, disse que eu sou muito quieto e não preciso ser assim lá, hehehe
Almoçamos com a galera, e demos uma volta pelo bairro... lá tem uma igreja católica em um puxadinho, mas ela ainda não está pronta
falta a cruz... A construção do prédio foi pirataria pura, os caras fizeram um barraco de madeira num terreno do governo e durante a calada da noite eles levantavam os muros de tijolos por dentro do barraco, ai foi só tirar as paredes de madeira hehhehe.
A religião deles, todas elas na verdade, estão muito bem demonstradas, em todos os cantos tem um mini-templo e geralmente alguém rezando.
Esse foi o melhor dia desde que chegamos, os garotos querem muito aprender reciclagem dos computadores, finalmente conseguimos tocar o Karim, que até nos convidou para jogar video game em sua casa.. estavamos mortos de cansaço, recusamos e viemos pra casa.
Amanhã é domingo, não teremos internet... posto tudo na segunda...
Noite mal dormida, anda fazendo muito calor, coisa de 40 ou 45 graus... acordamos cedo, e corremos pro Sarai, onde Shveta disse que Karim estaria... E não estava, karim estava a 25 km de distancia em um dos cybermohalla hehehehe. Pois é, pegamos um rickshaw, e dessa vez com o taximetro ligado, se todos usasem o taximetro economizariamos muito heheh. Os motoristas cobram em média o dobro de preço da mesma corrida para um indiano, com o taxímetro ligado não sofremos tanto... Chegamos no espaço e rapidamente saimos para o outro cybemohalla o mais pobre de todos. O cybermohalla que visitamos anteriormente fica em uma região de "classe média", dessa vez entramos num favelão...
O lugar é exageradamente sujo, com animais mortos pelo chão, centenas de moscas em cadaveres e manchas no chão, milhares voando em todas as direções, como um enchame de abelhas, muitas pessoas jogando baralho, senhoras sentadas na porta de casa olhando movimento, crianças semi-nuas correndo pelas poças de lama e esgoto. Aqui os porcos e vacas se alimentam de lixo e esgoto, geralmente mergulhados em uma água verde...
Porém nessa favela não existem barracos, e as ruas e vielas são pavimentadas, é uma favela muito diferente das que vi ao pegar o metro... onde os barracos eram feitos de lona e bambu. Os moradores desse lugar, chamado Dakshin pertencem a uma casta mais alta do que os de barracas de lona, assim, mesmo sendo pobres se vestem exageradamente bem, as garotas são todas muito bem cuidadas e os rapazes bem vestidos. As casas são puxadinhos de 3,4 ou 5 andares, muito parecidas com as favelas do Rio, principalmente a rocinha.
No cybermohalla os jovens fizeram perguntas sobre o metareciclagem, fizeram perguntas cabeludas que eles mesmos respondiam, como:
"Aqui nós produzimos, audio, vídeo, animações e textos. Qual é o produto que o metareciclagem produz ?"
Depois de um tempo pensando, um outro jovem respondeu :
"Sua metodologia de trabalho é sua produção"
Há muito tempo não ouço essa expressão, uma vez acho que eu fiz essa mesma pergunta, e cheguei a mesma resposta...
Fizeram outras perguntas como :
"Como são planejados os labs ?"
"Como vcs pensam o futuro dos labs ?"
"Qual é a repercussão do trabalho do metareciclagem, nas comunidades ao redor ?"
Perguntas difíceis de serem respondidas já que cara esporo , e cada grupo tem respostas diferentes para essas perguntas.
Uma das jovens, a mais ativa delas, disse que eu sou muito quieto e não preciso ser assim lá, hehehe
Almoçamos com a galera, e demos uma volta pelo bairro... lá tem uma igreja católica em um puxadinho, mas ela ainda não está pronta
falta a cruz... A construção do prédio foi pirataria pura, os caras fizeram um barraco de madeira num terreno do governo e durante a calada da noite eles levantavam os muros de tijolos por dentro do barraco, ai foi só tirar as paredes de madeira hehhehe.
A religião deles, todas elas na verdade, estão muito bem demonstradas, em todos os cantos tem um mini-templo e geralmente alguém rezando.
Esse foi o melhor dia desde que chegamos, os garotos querem muito aprender reciclagem dos computadores, finalmente conseguimos tocar o Karim, que até nos convidou para jogar video game em sua casa.. estavamos mortos de cansaço, recusamos e viemos pra casa.
Amanhã é domingo, não teremos internet... posto tudo na segunda...
2 Comments:
meu irmão,
pra vc. pensar.
sim, nossa produção é nossa metodologia. lembra que eu sempre falei que metareciclagem nunca iria doar/reciclar mil máquinas. pois é, não temos por ambição "crescer", abrir vários pontos e etc. nosso trabalho é de cunho cultural, estamos do lado que vê a replicação como apropriação, como questão de repensar o fazer, de criar novas gestualidades, como dizia o Etienne, de propor novas formas de interagir através dos meios oferecidos pelo software livre e reciclagem de computadores. tecnologia é apenas meio para chegarmos onde queremos, que na verdade, não pode ser exatamente determinado, pois a apropriação cultural é questão local.
segue o trem e muita força!
Concordo com o Dalton. A produção é o que fazemos. E ensinar como fazemos isso. E mais que isso: ensinar a outros a ensinarem o mesmo.
Velho, no Movimento temos uma expressão (criada pelo Paulo) que é a seguinte: "ABRE A MALA". Significa: "MOSTRE A QUE VEIO. FALE O QUE VEIO DIZER."
Você sabe o que é o meta, porque o aplica com muito mais frequência do que muitos de nós.
De que aval vc precisa?
Manda pau!
Arme essa rede aí com os indianos.
Se for para acontecer, quando vc sair daí vai ter armado uma rede de negos capazes de encontrar a informação que precisam para fazerem o mesmo que você.
E aí vai ser duca!
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