Um sonho, uma guerra
Hoje tive um sonho, estranho...
:::::::::::::::::::::::::::::::DIA I:::::::::::::::::::::::::::::::::::
Estava no micro quando repentinamente a internet parou, verifiquei a linha telefônica estava muda, e a energia elétrica piscava e não havia constância no fornecimento. Olhei meu celular, não tinha sinal, no rádio, apenas as rádios locais tinham sinal, mas muito fraco e foi por apenas algumas horas depois de um tempo apenas xiado. Sentia que algo estava errado, luz, telefone e celular fora do ar assim... quase ao mesmo tempo ?
Nada de anormal, fiquei na sacada, até que um amigo meu, Josias, parou o carro na frente de minha casa e gritou lá de baixo:
josias*"Cara se viu o que aconteceu ?"
eu*"Não sei, mas estou puto, cheio de trampos pra fazer..."
Josias*"Meu esquece isso, a China declarou guerra aos Estados Unidos!"
eu*"Yeah ! quero que se explodam ! hehehe"
Josias*"Se num tá entendendo, os caras invadiram a américa, tá todo mundo em pânico, até onde eu sei duas ou três bombas nuke explodiram em solo americano"
eu*"Cara! como vc sabe disso?"
Josias*"Se prepara, tudo vai mudar, passo aqui mais tarde"
Entrou no carro e se mandou, falei com meus pais e saimos às compras, as pessoas estavam agitadas se atropelando para comprar mantimentos, os preços aumentaram em 7 vezes. Com muita sorte compramos caixas e caixas de Lamen e sardinha em lata, minha mãe conseguiu vários baldes.
Meu pai não levava muito a sério essa história, mas também achava estranho os preços subirem, a agitação no mercado, a falta de eletricidade e telefone. Eu dizia a ele que se realmente a guerra chegou a américa, o melhor que podemos fazer é proteger nossa casa, pois uma guerra civil pode começar a qualquer momento no caso do Brasil entrar na guerra... estavamos no carro, era umas 15h00 e o comercio baixava as portas.
Na mesa, estavamos jantando normalmente, a pilha de mantimentos era o novo móvel da casa, minha mãe ao som de talheres disse:
mãe*"Vejam, estamos parecendo aquelas familias do Iraque, esses baldes com água por toda a casa, essa pilha de miojo e sardinha, não sei pra quê essa guerra não vai chegar aqui"
eu*"Se o Brasil entrar na guerra, serei convocado.... mas não posso deixar vcs aqui, os donos da bocada vão tentar dominar geral, vai ser uma guerra aqui no bairro."
O Josias chegou, mas dessa vez a pé:
Josias*"Cara, vc tem um rádio ai ?"
eu*"Tem sim"
Josias*"Tem essa rádio AM que está transmitindo informações sobre a guerra, fique com esse rádio ligado,vou tentar conseguir gasolina"
eu*"O combustível..."
Josias*"10 paus o litro, o posto do Guaraú tá vazio o do Taboão tá em chamas... vou nessa"
eu*"See Ya"
Meus pais se deram conta de que a situação era grave, e fomos dormir.
::::::::::::::::::::::::::::DIA II ::::::::::::::::::::::::::::::
Acordei com barulhos de buzinas, carros sem combustível atravessados pela minha rua impediam o transito, pessoas a pé por cima dos carros estavam indo para o sul, liguei o radinho de pilha e escutei a noticia:
locutor*"Três bombas atômicas explodem no Brasil, não se sabe a origem, uma na Escola Superior de Guerra no Rio de Janeiro, um no ITA em São José dos Campos, e outra no planalto central. Autoridades brasileiras não conseguem chegar a um consenso sobre a entrada do Brasil no conflito... Com o Brasil já são 19 os países do mundo que virão bombas nucleares explodirem em suas capitais..."
Meu pai ficou branco, desmontamos os móveis de nossa casa para conseguir madeira para bloquear as entradas de nossa casa, portas e janelas reforçadas com madeiras, minha mãe encheu mais e mais baldes de água, meu irmão foi roubar arâme farpado dos muros de um terreno baldio aqui do lado. Com o arâme bloqueamos a escada, e cobrimos o telhado de nossa casa. Já dava para ouvir tiros na rua, policiais sem comando se defendiam de populares enfurecidos com machados, enchadas picaretas...
Meu pai tentou um acordo com meu vizinho para melhor proteger nossas casas, o vizinho disse que não precisava de ajuda e que sabia como proteger sua familia.
Dei ao meu cachorro uma coleira de espinhos, e um protetor com espinhos para as costas, agora ele morava dentro de casa.
No rádio,a notícia:
locuto*"Foi decretado a a anarquia, os governantes de alto escalão deixaram seus cargos para se abrigar no sul do país. Os militares, com duras baixas formaram milícias e estão agindo de forma independente seu o comando do presidente. O crime organizado assumiu o papel do estado, oferecendo serviços básicos como transporte, segurança e saúde..."
Olhei para meus familiares, e disse:
"Acabou, o que faremos agora ?"
::::::::::::::::::::::DIA III:::::::::::::::::::::::::::::::::
Na sacada, dava pra ver, sangue, os carros parados, roupas espalhadas pela rua, malas abertas, papeis voando, fui ver meu vizinho, sua casa estava em chamas como muitas outras.
Na escada havia um corpo pendurado nos arames farpados, do telhado escorria sangue... mas só dava pra ver a mão aberta de uma pessoa... uma fumaça cinza não deixava o sol nascer...
O rádio já não funcionava...
Decidimos racionar os mantimentos e água, dois lamens, duas latas de sardinha e um litro e meio de água por dia, banho só de caneca, a água foi cortada...
Agora eu passava o dia observando os conflitos na favela aqui na frente de casa, eram explosões e tiros o tempo todo, mas a fumaça dos incêndios não deixava ver muita coisa...
Entramos em pânico, quando pensamos no nosso futuro :
eu*"Me preparei minha vida inteira para um mundo que não existe mais... nessa guerra civíl não tenho utilidade alguma... Não sei quem é quem, assim fica difícil"
pai*"Minha loja foi saqueada, provavelmente meu carro e moto foram incendiados... não tenho o que vender, não sei plantar... não sei o que fazer"
Meu irmão e minha mãe ficaram em silêncio ouvindo nossos lamentos....
eu*"Precisamos de ajuda, podemos tentar chegar até a casa do Josias...."
pai*"Está louco ? Viu como está nossa rua ?"
eu* São só 5 quarteirões"
pai*"Não seja burro! Tem uma guerra la fora, você jamais conseguiria chegar a lugar algum... não temos armas..."
Ficamos vários dias sem olhar a rua.....
:::::::::::::::: DIA ???:::::::::::::::::::::::::::::::::::::
As velas acabaram... ficamos boa parte do dia tentando fazer velas com gordura animal... nossas roupas estavam muito sujas, o incendio na casa do vizinho já tinha apagado. Nas ruas gangues saqueavam as casas vizinhas as minhas, da sacada deu pra ver, os moleques com uma lança de bambu caçando cães e gatos nas ruas. Meu cachorro já não sai da casinha, estava assustado... as vezes sentia tremores, talvez fossem tanks na rua de trás.. não dá pra saber... pela primeira vez desde o início da guerra vi um avião... era um monomotor, voava baixo como se procurasse algo.
Meu irmão tropeçou em um balde... ainda tinhamos muita comida e água... mas algo dentro de mim dizia que aquele balde faria falta....
Um dos moleques subiu no meu telhado, chutou o corpo que lá estava e acertou meu cachorro com uma lança... outros dois garotos com um cabo com um gancho na ponta pescaram meu cachorro já sem vida...
Eu estava chorando ia jogar um tijolo num dos garotos mas meu pai segurou minha mão, e olhando para a poça de sangue fez não com a cabeça...
x-x--x-xx-x-xx-x-x-xx-x-x-xx-x--xx--x-x-x-x-x-x-x-x-x-
Então acordei, foi um sonho assustador, longo e muito real, com muitos detalhes... normalmente meus sonhos derrapam nos detalhes e perdem o sentido no decorrer. Esse foi diferente, realmente a Escola de Guerra fica no Rio, a guerra civíl, o poder paralelo, tudo faz algum sentido. Nesse sonho vivi o drama de ser uma vítima de guerra, mesmo sem ver um caça, tank ou militar eu sabia que estava em uma guerra justamente pela falta de informações confiáveis, sem comunicação com amigos e parentes, o estoque de comida, o medo de um novo ataque nuclear em São Paulo... que sonho.
:::::::::::::::::::::::::::::::DIA I:::::::::::::::::::::::::::::::::::
Estava no micro quando repentinamente a internet parou, verifiquei a linha telefônica estava muda, e a energia elétrica piscava e não havia constância no fornecimento. Olhei meu celular, não tinha sinal, no rádio, apenas as rádios locais tinham sinal, mas muito fraco e foi por apenas algumas horas depois de um tempo apenas xiado. Sentia que algo estava errado, luz, telefone e celular fora do ar assim... quase ao mesmo tempo ?
Nada de anormal, fiquei na sacada, até que um amigo meu, Josias, parou o carro na frente de minha casa e gritou lá de baixo:
eu*"Cara! como vc sabe disso?"
Josias*"Se prepara, tudo vai mudar, passo aqui mais tarde"
Entrou no carro e se mandou, falei com meus pais e saimos às compras, as pessoas estavam agitadas se atropelando para comprar mantimentos, os preços aumentaram em 7 vezes. Com muita sorte compramos caixas e caixas de Lamen e sardinha em lata, minha mãe conseguiu vários baldes.
Meu pai não levava muito a sério essa história, mas também achava estranho os preços subirem, a agitação no mercado, a falta de eletricidade e telefone. Eu dizia a ele que se realmente a guerra chegou a américa, o melhor que podemos fazer é proteger nossa casa, pois uma guerra civil pode começar a qualquer momento no caso do Brasil entrar na guerra... estavamos no carro, era umas 15h00 e o comercio baixava as portas.
Na mesa, estavamos jantando normalmente, a pilha de mantimentos era o novo móvel da casa, minha mãe ao som de talheres disse:
mãe*"Vejam, estamos parecendo aquelas familias do Iraque, esses baldes com água por toda a casa, essa pilha de miojo e sardinha, não sei pra quê essa guerra não vai chegar aqui"
eu*"Se o Brasil entrar na guerra, serei convocado.... mas não posso deixar vcs aqui, os donos da bocada vão tentar dominar geral, vai ser uma guerra aqui no bairro."
O Josias chegou, mas dessa vez a pé:
Josias*"Cara, vc tem um rádio ai ?"
eu*"Tem sim"
Josias*"Tem essa rádio AM que está transmitindo informações sobre a guerra, fique com esse rádio ligado,vou tentar conseguir gasolina"
eu*"O combustível..."
Josias*"10 paus o litro, o posto do Guaraú tá vazio o do Taboão tá em chamas... vou nessa"
eu*"See Ya"
Meus pais se deram conta de que a situação era grave, e fomos dormir.
::::::::::::::::::::::::::::DIA II ::::::::::::::::::::::::::::::
Acordei com barulhos de buzinas, carros sem combustível atravessados pela minha rua impediam o transito, pessoas a pé por cima dos carros estavam indo para o sul, liguei o radinho de pilha e escutei a noticia:
locutor*"Três bombas atômicas explodem no Brasil, não se sabe a origem, uma na Escola Superior de Guerra no Rio de Janeiro, um no ITA em São José dos Campos, e outra no planalto central. Autoridades brasileiras não conseguem chegar a um consenso sobre a entrada do Brasil no conflito... Com o Brasil já são 19 os países do mundo que virão bombas nucleares explodirem em suas capitais..."
Meu pai ficou branco, desmontamos os móveis de nossa casa para conseguir madeira para bloquear as entradas de nossa casa, portas e janelas reforçadas com madeiras, minha mãe encheu mais e mais baldes de água, meu irmão foi roubar arâme farpado dos muros de um terreno baldio aqui do lado. Com o arâme bloqueamos a escada, e cobrimos o telhado de nossa casa. Já dava para ouvir tiros na rua, policiais sem comando se defendiam de populares enfurecidos com machados, enchadas picaretas...
Meu pai tentou um acordo com meu vizinho para melhor proteger nossas casas, o vizinho disse que não precisava de ajuda e que sabia como proteger sua familia.
Dei ao meu cachorro uma coleira de espinhos, e um protetor com espinhos para as costas, agora ele morava dentro de casa.
No rádio,a notícia:
locuto*"Foi decretado a a anarquia, os governantes de alto escalão deixaram seus cargos para se abrigar no sul do país. Os militares, com duras baixas formaram milícias e estão agindo de forma independente seu o comando do presidente. O crime organizado assumiu o papel do estado, oferecendo serviços básicos como transporte, segurança e saúde..."
Olhei para meus familiares, e disse:
"Acabou, o que faremos agora ?"
::::::::::::::::::::::DIA III:::::::::::::::::::::::::::::::::
Na sacada, dava pra ver, sangue, os carros parados, roupas espalhadas pela rua, malas abertas, papeis voando, fui ver meu vizinho, sua casa estava em chamas como muitas outras.
Na escada havia um corpo pendurado nos arames farpados, do telhado escorria sangue... mas só dava pra ver a mão aberta de uma pessoa... uma fumaça cinza não deixava o sol nascer...
O rádio já não funcionava...
Decidimos racionar os mantimentos e água, dois lamens, duas latas de sardinha e um litro e meio de água por dia, banho só de caneca, a água foi cortada...
Agora eu passava o dia observando os conflitos na favela aqui na frente de casa, eram explosões e tiros o tempo todo, mas a fumaça dos incêndios não deixava ver muita coisa...
Entramos em pânico, quando pensamos no nosso futuro :
eu*"Me preparei minha vida inteira para um mundo que não existe mais... nessa guerra civíl não tenho utilidade alguma... Não sei quem é quem, assim fica difícil"
pai*"Minha loja foi saqueada, provavelmente meu carro e moto foram incendiados... não tenho o que vender, não sei plantar... não sei o que fazer"
Meu irmão e minha mãe ficaram em silêncio ouvindo nossos lamentos....
eu*"Precisamos de ajuda, podemos tentar chegar até a casa do Josias...."
pai*"Está louco ? Viu como está nossa rua ?"
eu* São só 5 quarteirões"
pai*"Não seja burro! Tem uma guerra la fora, você jamais conseguiria chegar a lugar algum... não temos armas..."
Ficamos vários dias sem olhar a rua.....
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As velas acabaram... ficamos boa parte do dia tentando fazer velas com gordura animal... nossas roupas estavam muito sujas, o incendio na casa do vizinho já tinha apagado. Nas ruas gangues saqueavam as casas vizinhas as minhas, da sacada deu pra ver, os moleques com uma lança de bambu caçando cães e gatos nas ruas. Meu cachorro já não sai da casinha, estava assustado... as vezes sentia tremores, talvez fossem tanks na rua de trás.. não dá pra saber... pela primeira vez desde o início da guerra vi um avião... era um monomotor, voava baixo como se procurasse algo.
Meu irmão tropeçou em um balde... ainda tinhamos muita comida e água... mas algo dentro de mim dizia que aquele balde faria falta....
Um dos moleques subiu no meu telhado, chutou o corpo que lá estava e acertou meu cachorro com uma lança... outros dois garotos com um cabo com um gancho na ponta pescaram meu cachorro já sem vida...
Eu estava chorando ia jogar um tijolo num dos garotos mas meu pai segurou minha mão, e olhando para a poça de sangue fez não com a cabeça...
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Então acordei, foi um sonho assustador, longo e muito real, com muitos detalhes... normalmente meus sonhos derrapam nos detalhes e perdem o sentido no decorrer. Esse foi diferente, realmente a Escola de Guerra fica no Rio, a guerra civíl, o poder paralelo, tudo faz algum sentido. Nesse sonho vivi o drama de ser uma vítima de guerra, mesmo sem ver um caça, tank ou militar eu sabia que estava em uma guerra justamente pela falta de informações confiáveis, sem comunicação com amigos e parentes, o estoque de comida, o medo de um novo ataque nuclear em São Paulo... que sonho.
2 Comments:
Acho que botaram alguma coisa no seu baseado ;-)
Mas ficou um bom roteiro de filme!!! o Último mês...
Minha mãe disse a mesma coisa... fiquei assustado, mas agora dias depois está claro que foi exagero na mangaça hehehe
Mas que foi um puta sonho com direção de Night Shyamalan foi e trilha sonora do Mozart foi...
See Ya
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